A entidade AFUVOPA é a entidade líder e coordenadora da candidatura PDR2020-101-031481,
Parceria
- AMENDOACOOP Cooperativa de Produtores de Amêndoa de Torre De Moncorvo
- ACRIGA – Associação de Criadores de Gado e Agricultores
- IPB – Instituto Politécnico de Bragança
- UTAD – Universidade de Trás–os–Montes e Alto Douro
- Ana Catarina Gonçalves Vieira De Castro
- Caves da Quinta do Pocinho, Unipessoal Lda
- Maria Tereza de Jesus Barroso Pegado Frias Lopes Monteiro
- Meireles D‘Ouro – Sociedade Agrícola e Comercial Lda
- Maria Brasilina Teixeira Barbosa
- H. Abrantes – Douro Wines, Lda
- Casa Agrícola –Vales Dona Amelia, Lda
- Centro de Gestão da Empresa Agrícola Entre Douro e Côa
- Centro de Gestão da Empresa Agrícola Entre Douro e Côa
As condições naturais da Região Demarcada do Douro, onde se inclui a sub-região do Douro Superior, imprimem um caráter verdadeiramente singular nos vinhos produzidos.
A obtenção de uvas para vinho de alta qualidade depende da capacidade em manter níveis moderados de défice hídrico na videira durante o ciclo vegetativo, nomeadamente na maturação.
Os dados meteorológicos, de humidade no solo e medições fisiológicas, comprovam o elevado nível de severidade da carência hídrica verificada nesta sub-região do Douro Superior, com verões muito quentes e precipitação escassa durante a maturação.
Os regimes hídricos definidos provocaram diferenças significativas no teor de água no solo e consequentemente no comportamento fisiológico, vegetativo e produtivo das videiras.
Os efeitos positivos acumulados da aplicação de rega possibilitaram a reposição parcial da fração de água no solo passível de utilização pela planta. Verificou-se maior superfície foliar fotossinteticamente ativa e taxas de fotossíntese mais elevadas nas parcelas regadas, limitando assim os potenciais impactos negativos ao nível do crescimento vegetativo e produtividade.
Verificou-se ainda valores superiores de produção por videira, peso de lenha de poda e índice de Ravaz (globalmente baixo em todos os tratamentos).
Os resultados confirmam que a intensidade dos efeitos negativos do défice hídrico acentuado é significativamente atenuada com recurso à rega deficitária.
Assim são recomendadas dotações de rega relativamente baixas, em que a estratégia de gestão deverá garantir que a videira não esteja sujeita a défices hídricos muito severos, com paragens e maturações desequilibradas.
É ainda necessário assegurar que a rega aplicada seja efetivamente controlada e eficiente, evitando um vigor desmesurado, para que não exista competição e translocação de assimilados para o desenvolvimento da parte área (crescimento vegetativo de netas), ao invés de serem investidos na maturação da uva.
Note-se ainda que a rega deficitária não é uma solução global para a região, implicando o acesso de água à vinha, o que numa região de orografia muito acentuada nem sempre é viável. Daí ser abordado outra estratégia como a forma de condução da vinha. Em termos gerais não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas para as variáveis de produção e expressão vegetativa entre as videiras conduzidas nas formas de condução em cordão e Guyot na parcela da Sra. da Ribeira, Carrazeda de Ansiães.
Estes resultados poderão estar relacionados com a necessidade que existiu de adaptar as videiras para a forma de condução em Guyot, que poderá ter atrasado eventual manifestação de diferenças.
Estes resultados indiciam, assim, a necessidade de estudos de médiolongo prazo.